Cemig desenvolve plataforma digital para capacitação em operação de equipamentos de redes de distribuição

A Cemig concluiu recentemente o projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) “PLAID – UniverCemig Digital: Plataforma Digital para Capacitação e Treinamento de Pessoal na Área de Operação do Sistema Elétrico da Cemig”. A iniciativa rendeu resultados positivos, relacionados à redução de custos e à otimização do tempo investido nos treinamentos oferecidos pela universidade corporativa da companhia, a UniverCemig. Os produtos entregues pelo projeto estão incorporados às atividades da Cemig desde o último ano e contemplam o desenvolvimento do Laboratório de Imersão Virtual (LIVI) com recursos de realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA), bem como aplicativos e animações utilizadas para ensino a distância, que já são utilizadas nos treinamentos dos colaboradores da Cemig. O projeto rendeu, ainda, produtos acadêmicos e científicos, como dissertações de mestrado e doutorado e participações em eventos nacionais e internacionais.

Entre as diversas soluções entregues pelo projeto, está também o desenvolvimento dos aplicativos “MVI.exe” (para ajudar na compreensão de sistemas de proteção de rede de distribuição de energia elétrica), “PLAID-QUEST.apk” (maquete interativa de realidade virtual) e “PLAID-HOLOLENS.apk” (sistema de imersão virtual para operação de equipamentos de rede de distribuição). A iniciativa ainda contemplou o desenvolvimento de protótipos de tutoriais gamificados e jogos instrucionais para smartphones e tablets, bem como de metodologia para desenvolvimento de tutoriais em RV e RA.

Como os produtos desenvolvidos são protótipos funcionais, eles podem ser disponibilizados a outras empresas do ramo, que tenham interesse em aprimorar suas metodologias e tecnologias de treinamento de pessoal de manutenção. É o que explica Luiz Cláudio Souza Abreu, gerente do projeto pela Cemig. “O projeto também pode ser aproveitado por outros setores da Cemig, como é o caso do braço de Geração e Transmissão da empresa, que já incorpora RV nos treinamentos de operação e manutenção de subestações e que pode, por exemplo, passar a incorporar recursos de RA desenvolvidos para a PLAID”, comenta Abreu.

Resultados positivos e aplicabilidade

O projeto foi aplicado na Univercemig, onde foi instalado o laboratório que vem sendo utilizado nos treinamentos, com elevado grau de aceitação pelos colaboradores da Cemig.

“As novas metodologias instrucionais, apoiadas em tecnologias digitais, possibilitam treinamentos mais efetivos e o projeto já apresenta resultados positivos, tanto para alunos quanto para instrutores da UniverCemig. É o caso do Sistema LIVI, modelo para um sistema integrado para atividades de imersão virtual e produção de conteúdos digitais, que conta com espaço, equipamentos e protótipos funcionais e já é utilizado e testado em aulas da instituição”, afirma o gerente do projeto.

O impacto positivo nos custos se dá, principalmente, em função da redução da duração do treinamento, otimizando o tempo dos instrutores e dos alunos. Isso porque, na PLAID, mais de dez colaboradores podem realizar, simultaneamente, os exercícios em RA, monitorados por um instrutor; enquanto, na utilização de um equipamento real, o exercício seria executado por apenas um de cada vez.

Já o impacto na qualidade do treinamento se dá porque as operações virtuais podem ser conectadas a bancos de dados, possibilitando aos instrutores avaliar continuamente o progresso dos alunos e, a partir disso, aperfeiçoar seus métodos de treinamento, para obter melhores resultados. “O próprio aluno pode acessar suas operações virtualmente e rever conteúdos que não tenha assimilado muito bem. Assim, a Cemig pode se beneficiar duplamente: garante maior efetividade e menor custo na capacitação dos técnicos e, em decorrência disso, melhora os serviços que presta aos clientes”, explica Abreu.

A Cemig foi a proponente do projeto, realizado entre os anos de 2018 e 2022, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (FUNDEP). O investimento total no projeto foi da ordem de R$ 6,6 milhões. A Cemig contribuiu com parte desse valor, por meio de recursos do programa de P&D regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).